O mercado de trabalho começou 2010 cheio de novas oportunidades, bem diferente da dura realidade de janeiro do ano passado, quando o desemprego atemorizava os trabalhadores. A geração de empregos com carteira assinada na Região Metropolitana de Campinas (RMC) foi a maior dos últimos sete anos, com a contratação de 6.058 pessoas com vínculos formais. A expansão sobre o primeiro mês de 2009 foi de 365,2%. O saldo do ano anterior apresentou um corte de 2.284 vagas. A indústria foi o setor que mais empregou em janeiro na região. As fábricas abriram 3.259 vagas. A perspectiva para 2010 é superar os dois últimos anos na geração de empregos com registro.
A comparação do quadrimestre de outubro de 2008 a janeiro do ano passado, quando a crise assustava e provocava uma avalanche de demissões, e o período semelhante, entre 2009 e 2010, mostra que o efeito da turbulência foi superado e houve uma retomada nos índices de emprego na RMC. Análise da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) e Secretaria Municipal de Trabalho e Renda aponta que o saldo líquido (já descontadas as demissões) foi de 7.349 admissões formais, enquanto que, de outubro de 2008 a janeiro de 2009, foram 16.613 postos perdidos. O cenário otimista leva especialistas e empresários a projetarem uma geração de empregos em 2010 superior aos dois últimos anos.
"Os efeitos provocados pela crise econômica mundial sobre a movimentação do mercado de trabalho na Região Metropolitana de Campinas está sendo absorvido com a retomada das contratações e da atividade produtiva. Um dado muito relevante em janeiro foi a abertura de postos de trabalho pela indústria. Ela foi a responsável pela contratação de 3.259 pessoas do total de 6.058 admissões com carteira assinada divulgadas pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho)', afirmou o assessor da Secretaria, Laerte Martins.
Ele frisou que o aumento de 207% nas contratações da indústria em relação a janeiro de 2009 sinaliza para uma melhora nos indicadores de emprego em todos os setores. "Se as indústrias estão produzindo mais, o comércio e o setor de serviços sentem o reflexo positivo com a ampliação dos negócios e os dois segmentos também passam a empregar mais pessoas. O resultado de janeiro traduz a retomada do setor industrial, após quedas sucessivas dos postos de trabalho durante a crise", comentou Martins, que também é coordenador do Departamento de Economia da Acic. As empresas prestadoras de serviços ocuparam o segundo lugar na geração de emprego, com a admissão de 1.833 pessoas, e a construção civil abriu 835 novas oportunidades com carteira assinada.
O único setor que demitiu foi o comércio. As lojas ficaram com um saldo negativo de 48 postos fechados. "Normalmente, há desligamentos no comércio em janeiro. No ano passado, os cortes chegaram a 1.321 postos de trabalho. Apesar do saldo do comércio ainda ter sido negativo em janeiro deste ano, ele foi bem menor do que no ano passado", comparou.
Fonte: Agência Anhanguera de Notícias